FERRAMENTAS LINUX: Ninja vs Make: Por Que o Fedora 43 Quer Trocar o Gerador de Builds Padrão?

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Ninja vs Make: Por Que o Fedora 43 Quer Trocar o Gerador de Builds Padrão?

Fedora



Descubra por que o Fedora 43 quer trocar o GNU Make pelo Ninja como gerador padrão do CMake. Entenda os benefícios em velocidade, compatibilidade e como isso afeta desenvolvedores e usuários do Linux

O Fedora 43 está prestes a trazer uma mudança significativa para desenvolvedores e entusiastas de Linux: a substituição do GNU Make pelo Ninja como gerador padrão do CMake. Se aprovada pelo FESCo (Fedora Engineering Steering Committee), essa alteração pode acelerar compilações, melhorar o suporte a projetos modernos e otimizar o fluxo de trabalho de pacotes no Fedora.

Mas por que essa troca? O que o Ninja tem de especial? E como isso afeta usuários e mantenedores de pacotes? Neste artigo, vamos explorar os detalhes dessa proposta, seus benefícios e o que ela significa para o futuro do Fedora.


O Que é Ninja e Por Que Ele é Mais Rápido?

Ninja é um sistema de build minimalista criado para ser mais eficiente que o tradicional GNU Make. Enquanto o Make foi desenvolvido décadas atrás e carrega certas complexidades, o Ninja foi projetado com um foco claro: velocidade e simplicidade.

Diferente do Make, que usa um interpretador para processar regras de compilação, o Ninja opera com um arquivo de dependências pré-gerado, reduzindo overhead. Além disso, ele gerencia melhor a paralelização, distribuindo tarefas de forma mais inteligente entre núcleos de CPU.

Vantagens do Ninja em Comparação ao Make

  • Builds mais rápidos: Em projetos grandes, como o LLVM ou o kernel do Mesa3D, Ninja pode reduzir tempos de compilação em até 30%.

  • Menor consumo de recursos: Seu design enxuto significa menos uso de RAM e CPU durante builds paralelos.

  • Melhor integração com CMake: O Ninja é o backend preferido para muitos projetos modernos em C++ e sistemas embarcados.

Ainda assim, nem tudo são flores. Alguns scripts antigos podem depender de funcionalidades específicas do Make, exigindo ajustes. Mas, no geral, a mudança promete benefícios significativos para a maioria dos casos de uso.


Como Isso Afeta o Fedora 43?

Se aprovada, a proposta fará com que a macro %cmake no Fedora passe a usar Ninja por padrão, sem necessidade de configuração manual. Isso significa que:

  • Pacotes que já usam %cmake serão automaticamente compilados com Ninja, a menos que especifiquem o contrário.

  • Mantenedores de pacotes podem optar por manter o Make se necessário, mas a tendência é que Ninja se torne o padrão na maioria dos casos.

  • Usuários que compilam programas manualmente também podem se beneficiar, já que builds locais serão mais rápidos.

Quais Pacotes Serão Impactados?

Alguns projetos no Fedora já usam Ninja explicitamente, como:

  • LLVM/Clang (ferramentas de compilação C++)

  • Mesa3D (drivers gráficos open-source)

  • Qt6 (framework de interface gráfica)

Para outros pacotes, a transição será suave, mas exigirá testes. O Fedora provavelmente fará uma avaliação detalhada antes de adotar a mudança oficialmente.


E Se Algo Der Errado? Compatibilidade e Possíveis Desafios

Apesar das vantagens, toda mudança traz riscos. O principal deles é a compatibilidade com scripts legados. Alguns projetos podem:

  • Depender de recursos específicos do Make, como regras de compilação personalizadas.

  • Ter configurações manuais que não foram testadas com Ninja.

Felizmente, o CMake permite alternar entre Make e Ninja facilmente, então mantenedores podem ajustar seus pacotes se necessário. Além disso, a comunidade do Fedora já tem experiência em transições similares, como a migração para o DNF5 e o Wayland por padrão.


Conclusão: Ninja é o Futuro dos Builds no Linux?

A proposta do Fedora 43 reflete uma tendência maior no mundo open-source: a busca por ferramentas mais eficientes. Ninja não é apenas mais rápido – ele é mais adequado para projetos modernos, especialmente em C++ e sistemas de grande escala.

Se aprovada, essa mudança colocará o Fedora na vanguarda da otimização de compilação, beneficiando desenvolvedores e usuários finais. E mesmo que alguns ajustes sejam necessários, o salto em desempenho pode valer a pena.

Enquanto aguardamos a decisão do FESCo, uma coisa é certa: o futuro dos builds no Linux está ficando mais rápido.

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